ECOS

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Chittorgarh-India

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

339> DEUSES DE MU


Cores distintas porem inseparáveis
Balançavam na chama de uma vela
Pois além tudo era escuridão
Mas ali outros sentidos imperam
Cárcere dos mais sombrios pensamentos

Liberto nas asas da noite em um sonho
Repleto da vastidão de mim mesmo
De joelhos, consciente e resignado.
Não importa se de dentro ou de fora
O brado fez-se ouvir, ou sentir?
Te dei formas que não definem teu ser
Ouvi teus sentimentos sufocados
Doce é a roupa que te veste
Amarga é a nudez que te vejo

Teus irmãos convulsionam na tua terra
Tua terra afunda nos meus mares
E as espumas unem o ar e a agua
E a lava une o fogo e terra
E tudo que uni eu separei
Só para ensina-los a nadar


Recife,29 de Setembro de 2011

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

338> O RETORNO


O sol não revela a idade dos teus cabelos
O vento faz a poeira dançar tua musica
Os laços coloridos do povo do oriente
Cavalgadas nas fronteiras da fria noite
De onde venho
Para onde vou
Só desertos vazios
Cálidas impressões e fugazes visões

No fim o sol tomba cheio de vontade
Trazendo a lua tão cheia de saudade
Tendas translúcidas como sua veste
E na solidão minha alma se apresenta
E na brisa noturna me vejo diluído
Frações de pensamentos me definem
Onde o tempo não faz mais sentido

Eu sou todos os meus Eus
Assim no futuro pulsarei em mim
Esperando o que todos esperam
Cansados da mascara individualizadora
Navegar o mar em diferentes povos
“Voltem para mim,
Esse é meu desejo”


Recife,15 de Setembro de 2011
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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

337> A CESAR O QUE É DE CESAR


Eis que sem ver vossos olhos
Fui iludido
Eis que posso ouvir gargalhadas
Ainda que veladas

Verifiquei as diversas moradas
Sempre protegido pelo signo
Sem temer a segunda morte
Nos vales dos olhos âmbar

Armas de projeteis agora inúteis
Caminhando na rua dos perdidos
Sem nada para dar ou receber
Só um longo olhar de força

O sol brilhando lembra o eterno
Os seus com lustrosas fardas
E nesta fé a liberdade
E na esperança a vitória

Ao alto o que é do alto
Abaixo o que é de baixo
Essa é a única tratativa
Tudo mais é consequência


Recife,7 de Setembro de 2011