domingo, 18 de julho de 2010
223> UMA MANHÃ DE INVERNO
Se todas as manhãs fossem como esta
Cheias de renovadora vitalidade implícita
As arvores se dobram felizmente ao vento
Folhas desprendem-se dando lugar a outras
Um manto seco recobre o chão úmido
Naquele estranho transporte vi a orla
Como uma fita estendida lentamente
Não temo mais a matilha raivosa
E afinal quem estava tocando violino?
Acordo mais cedo e a vida me espera
Observo o ventre daquela mulher
A natureza se espelha em um nascimento
Não deixe seus sonhos mais ternos
Acabarem em uma noite escura
Tantas perguntas e poucas respostas
E tantas respostas para uma só pergunta
Assim seguimos e assim sempre seremos
Sombras dançantes de arvores no inverno
Poeiras varridas nos campos de verão
Recife,18 de julho de 2010
222> TEATRO DAS HORAS INCERTAS
Os anos voaram antes de encontrar as trevas
Ninguém disse que estaríamos vivos para ver
Senti-me no colo de minha mãe novamente
Agora abrigado em uma parede de concreto
Escuto a agitação das naves em delta ao longe
Um piano cheio de esquecimento e sujeira
Tocava suas ultimas notas ainda audíveis
Uma alma cheia de angustia e remorso
Sentia seus últimos tormentos nessa hora
Sem desvios o rio prossegue seu curso
Alheio as construções erguidas ao seu lado
Ora mais lento ora mais ao sabor do mar
Assim como a queda de uma folha
Que dança, acelera e flutua no ar
A temperatura cai novamente no jardim
Entre e feche a janela fortemente
La fora só restou os desafortunados
Fantasmas em suas ultimas aparições
No implacável teatro das horas incertas
Recife,18 de julho de 2010
Ninguém disse que estaríamos vivos para ver
Senti-me no colo de minha mãe novamente
Agora abrigado em uma parede de concreto
Escuto a agitação das naves em delta ao longe
Um piano cheio de esquecimento e sujeira
Tocava suas ultimas notas ainda audíveis
Uma alma cheia de angustia e remorso
Sentia seus últimos tormentos nessa hora
Sem desvios o rio prossegue seu curso
Alheio as construções erguidas ao seu lado
Ora mais lento ora mais ao sabor do mar
Assim como a queda de uma folha
Que dança, acelera e flutua no ar
A temperatura cai novamente no jardim
Entre e feche a janela fortemente
La fora só restou os desafortunados
Fantasmas em suas ultimas aparições
No implacável teatro das horas incertas
Recife,18 de julho de 2010
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