ECOS

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Chittorgarh-India

terça-feira, 20 de julho de 2010

225> UMA PRECE PARA INANNA


Os vales secos e pedregulhosos entre rios
Caminhada solitária na noite enluarada
Varias luas moveis e vários caminhos
Aquele rosto celeste com fitas nos cabelos
Pele úmida e fresca como a idade do mundo

Teus contos foram contados nos quatro cantos
Soube-se de tua beleza ate nas terras Incas
Onde as cidades abrem-se para as nuvens
Perto das portas aquáticas do Tilmun
Varias linhas nas encostas do oceano

O faraó escreveu teu nome junto ao disco
Entregou-te as legiões de Anúbis para servi-la
Pois viu uma única vez teu reflexo no Nilo
Quando fugia da fúria áurea de teu primo
Ainda rezamos junto a nosso pai, teu avô

Os ventos não apagaram tua passagem
Ainda se anseia o teu balsâmico retorno
Acredito na luzes que riscam os céus
Sinais incontestáveis da tua presença
Para mais uma vez revogar nossa sentença


Recife,20 de julho de 2010
Gravura by Katlyn Breene

224> LÍRIOS DE FOGO BRANCO *

Meus irmãos os filhos da integração total
Sussurrando historias de tempos de outrora
Viajaram de onde vos dizeis ser longe
Em um tempo que também direis passado
Puros como aquele inseto em minha janela

Os que te ensinarão a ver sem mente
E te dirão como dizer sem palavras
Onde antes tudo parecia solido
Onde antes tudo parecia real
O estar e saber em todos os lugares
Só depende das lentes que escolheis
Vossas mentes projetam vosso mundo

Se passado, presente e futuro se encontram
Então todos os lugares possíveis são ilusórios
Se nas Plêiades é verão, eu sei
Se há dor em meus irmãos, eu saberei
E quando tudo se projetou, eu soube
Nas ondas de uma gota que cai na água

Hora de despir a mascara dourada
Forjada na mais bela Andrômeda
A teia que une e embaraça tua dimensão
Holograma de três raios da realidade
Veja o quinto raio eclodir como lírios
Ainda tímidos como brotos na primavera

Qual será vossa real imagem
Se tudo não é o que parecer ser?
Qual será o nosso destino final
Se tudo flui, se encontra e se uni?
De repente tudo se torna grande
De repente tudo se torna único
Pois esse de repente sempre foi
E também sempre o será


Recife(astral),20 de julho de 2010