sexta-feira, 13 de maio de 2011
315> ANO 22011
Um horizonte de linhas imprecisas
Na medida exata de uma falha visão
Um anoitecer silencioso e solitário
Sob um segredo não revelado
Escorpião surge nas alturas
Antares e suas discípulas
Como se pode quantificar o transitório?
Como não se pode amar o aleatório?
Assim se escreve o que não se diz
E se sente o que não se escreve
Um automatismo quase fisiológico
Queria ver o mundo após vinte milênios
Os passos que a evolução seguiu
Todo o silencio da maturidade terrestre
O que sobrou e o que partiu
Das falhas humanas o que restou
E quem no fim ainda sorriu
Um sino anuncia a caravana
Profundo respeito se irradia
Ide e espalhai a semente
Que a terra presenteie com a vida
Como um dia também foi presenteada
Quantas idas e vindas contabilizamos
Nos livros os registros dos tempos bárbaros
Nascer e morrer incontáveis vezes
Ler e reler os registros eternos
Algumas coisas permanecem as mesmas
Os vedas continuam na mesa
Metano agora reage com os ultravioletas
Cúpulas gigantes se erguem no horizonte
Não ousei ver como são nossos descendentes
Não acreditei em tudo que me veio à mente
Holocausto de um presente que virou passado
Renascer da força vital que nos condensa
Em que corpo e em que forma
Um mero detalhe da artista natureza
Recife,15 de Maio de 2011
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