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Chittorgarh-India

segunda-feira, 14 de março de 2011

298> O DOCE SAL DA TERRA


Falavam uma língua que eu podia entender
Mas palavras são sempre palavras
Às vezes ouvia vozes nos átrios
Às vezes blasfêmias incontáveis
Mas preferi ouvir minha mente

Meus castelos de luz e meus anjos de guarda
A noite clara e o vento soprando ameno
Maio se aproxima novamente
E podemos fazer tudo mais gracioso
Voando livre em sonhos misteriosos

Aprendi a ver bem as suas idades
E a cidade perdida em seus jovens
Não precisamos desistir
Passos ora rápidos e ora lentos
Mas o destino cria suas curvas
Crenças que nascem para logo morrerem
Descrenças prontas para serem colhidas

Girando no carrossel a visão distorce
Adrenalina vitimava nossas veias
Serotonina em todas as gargalhadas
E eu tinha dez mil anos alem
As sementes que eclodiam rapidamente
Sem acreditar em si mesmas
Olhando o céu que nunca tocarão
Esquecidas do doce sal da terra

A caixa de pandora estava vazia
O santo grau não existia
Senti o peso dos milênios
Contando historias de amor
Mas sem acreditar em todo seu esplendor
Fui uma marionete com olhos plásticos
Refletindo o brilho amargo de ser um ser


Contos de um passado morto
Sem tempo para as ruas solitárias
Rindo das próprias escolhas
Não precisamos mais de nada palpável
Sentimentos de libertação mostraram as luzes
É só seguir o caminho sem tijolos amarelos
Para ter poder sobre a sucessão dos dias
Eles sabiam e agora eu sei...


Recife, 14 de Março de 2011