sexta-feira, 12 de novembro de 2010
276> AQUELES QUE MORAM EM MIM
A sublime voz dos contos de vida e morte
Perpetua inabalável entre a incompreensão
Espelhos que jamais foram usados
Na pureza do primeiro pranto ao nascer
Perdida nos punhais afiados do tempo
Dilacerava corpo e alma
Perdoa aqueles que moram dentro de mim
Perdoa-me por não pacificá-los
Existe sentido na guerra pela paz
Somente Arjuna pode conceber
Somente eu posso me vencer
Em meus anos procurei um messias
Em meus planos me tornei um guia
Os cômodos eram escuros
As passagens estreitas
E todos eram da mesma família
Cavernas que Vollenweider desconhecia
Viver minha vida ao meu lado
Coexistir com tantos seres
Dentro e fora do que penso ser eu
A face mais absurda do ser humano
Não nos torna imperfeitos
Se a fé se une ao destino
Recife,12 de novembro de 2010
275> CONVULSÃO DE MUNDOS
Descendo escadaria de degraus laminados
O ser ainda não formado vai adormecendo
Na sala das chamas agora só há cinzas
Mas existem outros a muito formados
Personalidades forjadas em outros tempos
Combatendo pensamentos que já criamos
Eis porque nem sempre nos reconhecemos
Nos sonhos mais profundos e enigmáticos
Como um motim de impossível controle
As múltiplas pétalas de uma flor
Os vários espinhos
As inúmeras cores
Uma luz atravessa a deformação
Num piscar de olhos o retorno
Longe no tempo e em outras dimensões
Mas existe para sempre o ponto de fusão
Fio do rosário concebido e inconcebido
Esticado alem do nosso alcance visual
Bendita é a narcose que nasce conosco
Para novas raízes romperem o universo
Longe da fonte de todas as loucuras
Ate as asas negras da noite ressuscitarem
As vozes que convulsionam os mundos
Recife,12 de novembro de 2010
Também postado na Fabrica de Letras
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