ECOS

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Chittorgarh-India

sábado, 29 de maio de 2010

144> CÉU DE UMA ESTRELA




Eu dizia que as coisas podiam ser maravilhosas
Você permanecia em silencio
Você dizia que não conseguiria ir tão longe
Eu te deixei ir para ver-te voltar

Um vento varreu de vez nossos medos
A noite abrandou seu espírito inquieto
O dia aqueceu a alma fria
Trinta e cinco invernos encontraram
Vinte e seis outonos mágicos

Quem deu esse poder aos teus olhos ?
E quem da poder as minhas palavras ?
Ela sentiu uma conspiração do universo
Eu sinto um imenso propósito ...
Viajar sem se mover e amar sem morrer

Não tenho mais as tantas palavras !
Conheço as constelações e suas lendas
Temendo o escuro centro da galáxia
Deixo apenas minha estrela entrar ...


Recife,17 de julho de 2009
iImagem da web

143> A PRAÇA DO CRUZEIRO

A trilha de pedra subia não íngreme
Vamos descer ate o caminho a baixo
Já posso ver a praça e seus cães
Ele acreditou passar impune
Os cães não o atacaram ate a diante
Naquele cruzeiro terrível mal se abateu
A cabeça em fogo e transfigurando-se
Capacetes e elmos eram vistos
Loucura e extremo martírio
Não seriam aliviados por minha Thompson

Quando dei por mim era tarde
Aquilo se voltara contra mim
Gemidos e murmúrios na minha cabeça
Chamas e labaredas antes da partida
Assim me vou envolto por abissais trevas

Volto ao mundo físico em alerta
Vejo corpos etéreos ao meu redor
Alguns fluidos ligando-me a um
Imediatamente rompo o laço
Convoco os guardiões, serão eles guardiões ?
A paz se estabelece e a duvida permanece
Então por cautela me desculpo
Ainda os observo
Apresentem-se !


Recife(astral),11 de julho de 2009

142> INTENSO ESPLENDOR DA VIDA

Eles teimam em quebrar a magia
E tudo vira a mesma engrenagem
Onde esta o sincero brilho no sorrir ?
Só vejo cumprimentos plásticos
Opacos como a tristeza dessas almas
Ardem-se em ver a alegria da vida
Segurando livros de palavras repetidas
Rezam para um deus que não entendem
E quem entende ?

Olhe os curumins tupinambás no campo
Cantavam para mim como um coral
A encarnação das vozes primordiais
Minha essência flutua nessa pureza
Transpor a lama ate a Boca-do-Rio
Esse foi sim um belo e digno sacerdócio
Nestes dias de outrora cheios de trevas
Vi, bebi, comi, cantei, dormi, tudo luz
Afoguei-me em sorrisos e alegrias

Seguro as lagrimas, pois vivi profundamente
Imerso no intenso esplendor da vida
Só aqueles que desceram a mansão dos mortos
Subirão aos céus !
Aos céus !


Recife,6 de julho de 2009

141> 12 DE OUTUBRO DE 1942



Toda força da vontade dos exilados
Silenciosamente a aprovação do alto
Focalizada determinação de um homem
A maquina do tempo agora se curva
Onde todos no futuro se curvarão

Os dois olhos nos dois horizontes
Um celeste e outro navegável
Observavam as estrelas dançarem
Enquanto eram observados...
Naus aladas em riscos cintilantes

Umidade doce pesava salgado ar
O silencio do corpo e o grito da alma
Cautelosa manobra a estibordo
Bandeirolas, estandartes ao mar
Presente e futuro agora em terra firme

Quem mais veria o Novo Éden ?
Onde toda maldade foi interrompida
Serão dignos os meus zeladores ?
Em nome da aliança de Aragão & Castela
E no nome do nobre florentino Vespúcio

Que venham os outros filhos de Atlântida
Seus irmãos perdidos e a muito separados
Amor e ódio, sangue e ouro, ambição e sonho
Novamente fundidos em mais um continente
Herdando a grandiosa saga humana na Terra ...


Recife,5 de julho de 2009

140> BOSQUES DA BAVARIA

A farda limpa e bem passada
O brilho das medalhas
O brilho do olhar
Felicitações aos bravos

Medidos os dias em despedidas
Encantamento no exato retorno
O espírito jovem nos ásperos dias
A morte precoce, mas esperada
Straus e uma ultima valsa
Dancemos como se fosse a ultima vez
Antes do aroma e fresco da juventude
Se dissipar em sangue, suor sem lagrimas.

Aquele ruído de vespas metálicas
Transfixado por duas vezes
Inerte no ar as pupilas dilatam
E refletem a doce infância
Risos nos bosques da Bavária
Tomba um homem, mas viam um inimigo.
A guerra acaba, mas besta permanece,
Viva naqueles que viveram...


Recife, 4 de julho de 2009

139> A LUZ VELADA




Sagitario aponta o risco
Maya nao via a ameaça
O fim do ciclo do laço
Os generais de Irshu se vão
E com eles o codigo
Tudo precisto e orquestrado
No governo oculto do mundo ...

Mais de cinco milenios depois
Ainda se compra e vende ilusões
Mimetizadas em um arcano a mais
Elitizando as forças naturais
Estilizndo-se em trajes rituais
Caidos no outro lado e despreparados
Para o abismo de horrores

Blasfemia e pretenção desta matematica
Serão varridas dos treze mundos
Pelos filhos da luz velada
Escute a "sublime canção"
Este som que a tudo integra
O reflexo do cone da vida
Nas petalas de uma margarida


Recife(astral),12 de junho de 2009
Não se iludam , essas palavras são para pouquíssimos seres viventes .

138> ANJOS DE UMA ASA SÓ

Som de gotas contra o chão
Poeira que se envergonha do arido
Havia outros grandes mistérios
Não estou mais do lado de fora
Jure que não mudará de lado
Anjos de uma asa só
Anos com um só proposito

A agua enchia o navio gota a gota
No escuro labios frios me asfixiam
As pinturas perdiam-se manchadas
O pintor morrerá se não as abandonar

Sua névoa obscureu os horizontes
Existiria alguem em terra firme
Mas o farol sempre estara lá ...
Brilhando sobre a ilusão
Das trevas dos nossos dias
Um eterno aviso a escuridão
De que sempre será transitoria ...


Recife,1 de julho de 2009

137> QUARTO ANO

A lógica era cruel com os sentimentos
Muito tarde para se lamentar
Ou muito cedo para comemorar

Mundo incansvelmente preciso
Um ser podia estar milhas longe
Inconstantes medidas materiais
Tenho agora que ir e voltar
O fim logo estará de volta

Velhos semblantes se renovam
O jogo dos anos esta retrocedendo
Como um dia o universo se unirá
Em um plasma chamado amor ...


Recife, 30 de junho de 2009

136> RECOMEÇAR

Acordou de um sono de tres anos
Mostrei-a um novo sorriso
Esperando durar para sempre
Redefini os espectro das cores
Para tudo ser mais belo
singelo ...

Jupter brilhava tanto este mes
Na curva bem ao nosso lado
Cada movimento meu
Cruzava o horizonte visivel
Buscando mover sua sombra
Estatica ...

Algo nasceu apos uma morte
Na ultima maré cheia
Não desista de ser voce
Não desisto de ter você
E na atual maré vazia
Recomeçar ...


Recife,30 de junho de 2009

135> PROCULO






REFLETIA O BRILHO NO POÇO INFINITO
A PALIDA AMALGMA TRIDIMENSIONAL
AS PONTES VELADAS POR GUARDIÕES
INABALAVEL FÉ A MUITO INCOMPREENDIDA
E AGORA TÃO LONGE DAS PLEIADES
NUNCA NOS DECEPCIONOU
MESMO DECEPCIONADO
NUNCA NOS ABANDOU
MESMO ABANDONADO
SEMPRE NOS AMOU
MESMO TÃO ODIADO

TROQUE SUAS VESTES CELESTES
ABRA PASSAGEM PARA QUEM SE DEVE
ONDE FACHOS DE LUZ NÃO SE CRUZAM
NA ORBITA ESCURA DESTE ORBE
O REAL EXERCITO DA SALVAÇÃO
PORQUE AS VEZES
NOS ESCURECEMOS NAS LUZES
E NOS CLAREAMOS NAS TREVAS ...


Recife,28 de junho de 2009

134> UM OUTRO PUJA *

DEITADO NO LEITO NO MAR
COBERTO POR ESTRELAS
NO TECIDO IMANIFESTO
FLUTUA ALÉM DO ATMA
REAL CORRENTE SONORA

VENHO TRAZER UM PUJA
SENHOR DOS CAMPOS ETÉREOS
OLHA ATRAVÊZ DESTA ALMA
QUE VIBRA NO TEU DAMARU
ALÉM DA VIDA E DA MORTE

E QUANDO SE PERDER O CALOR
AOS TEUS INIMIGOS O TERROR
ALIMENTO DA NOBRE CANÇÃO
VEM RENOVAR COM TEU FOGO
NOSSOS DIAS DE LOUVOR


Recife,22 de junho de 2009

133> REDEMOINHO DE LUZ




A paz retornou naqueles tres dias
Um momentaneo descanço ao anjo
Ja que estas tão longe do diluvio
E o mar silenciosamente avança
Mas esta noite minha calmaria

Cinza-prata, cinza-cinza, cinza-azul
A troca de tons e o vento vem avisar
A tempestade que vai chegar
E nossas vidas definitivamente mudar
Varrer toda a ferrugem da alma
O fim do tempo como nós conheciamos

A grande armação do divino
inevitavel, fatalmente impossivel
So unidos pode-se atravesar
A pior tormenta do seculo
Mas nos é deixado a escolha
Vencer juntos ou cair sozinhos ...
Preparem-se, o circulo será fechado


Recife,22 de junho de 2009

132> CIRCULO DE FOGO

Sempre corriam da luz do sol
Abrigados na curvatura da terra
Alem da linha terminal
Nessa fuga eterna, perdiam-se

Distraido pela insanidade da paixão
Cego aos chacais que se aglomeram
Novamente no circulo de fogo
Alvejado depois daquela chuva
vermelho dilue-se em laranja
e esta dilue-se ainda mais
Uma imparcial legião observa
Apta a romper as infames mandibulas
Com os verdadeiros executores-da-lei

Nesta hora você se apresenta
Aliviando essa tormenta
Como algo que vem no ar
a me endorfinar
Tudo uma conspiração do universo
A força vem de todos lugares
Sento-me outra vez perto do céu azul
Os astros unidos em um novo abraço
Assistindo os inimigos em colapso


Recife,21 de junho de 2009

131> MADRUGADA COM BEETHOVEN E FORMALHAUT *

UM PASSO POR VEZ
ASSIM TALVEZ
SOMENTE TALVEZ
MEU PIANO E O GÊNIO SURDO
O CÉU E MEUS MAPAS
SE ENCONTRARÃO ENTRE RABISCOS

UMA BRISA ME ROUBA
SO ALGUNS INSTANTES
ATE OUTRO IRREVOGAVEL FATO
TRAZER ALGO DISTANTE
DE VOLTA AO SENSORIO
SO MAIS ALGUNS INSTANTES ...

VENHO DESFRUTAR DO SOM
DEGUSTAR A NOITE MINHA
O ECCO CHEGA A FORMALHAUT
QUE ME DEVOLVE BELEZA
E PEDE MINHA TRISTEZA
COM JUPTER TRIANGULANDO A LUA

DEIXO-OS COMO ESTÃO
CHEIOS DE VAIDADES
LEMBRO DOS TEUS SEGREDOS
TODOS QUE NAO CONTASTE
INSPIRAÇÃO LEVADA DESTES MOMENTOS
SUPERA A MORTE E SEUS MEDOS


Recife,15 de junho de 2009

130> VALSA DO DESESPERO

La fora um novo palco
Sem os olhares indiferentes
Essas ruas quase vazias
Emolduram ideias descrentes
Assim finda uma batalha
Dentre varias...

Me permita a contra-dança
E permita-se
Gire, gire rápido, me abraça
Ainda com luzes acesas
Por não ver as trevas
Não importa mais
Feche os olhos e valsemos
Ao som inquietante das almas
No ritmo dos corações partidos
Na frieza de um mundo torpe


Recife,14 de junho de 2009