sábado, 25 de dezembro de 2010
284> NO VENTRE DA ROSA
Na convergência dos sentimentos terrenos
Surge uma aura sublime dentro do coletivo
As vozes se unificam em um único som
Vindo de todos os tempos e todos os lugares
E todos os já que morreram agora vivem
Seria a alegria tão relativa?
Nossa visão não abrange nada alem de nós?
Se eu jazesse em um leito seria o natal feliz?
E se o medo de morrer o tornasse o pior?
Meu Deus, outra vez o medo de morrer...
Se temer o inevitável fizesse sentido
Uma nuvem escura cobriria os sorrisos
Se tivermos uma visão estatística da vida
Então já estaríamos mortos em vida
Ao invés de vivos na morte
Fechei os olhos e corri para longe
Puro, livre e com alegria única das crianças
Tudo se completa no ventre da rosa
Pois entre as nuvens vislumbra-se o sol
E nas trevas girassóis esperam impacientes
No perímetro externo o trono cinza
Como quis ver o seu senhor sorrir
Mas alguns incorporam o sofrimento
A alva pele daquela que não sei nome
Trazia-me calor naquelas noites frias
Soube que uma estrela trouxe os três reis
Como brilhava na noite da ignorância humana
Uma canção e mãos invisíveis balançam o berço
É o tempo dos filhos ensinarem os pais
É o tempo dos donos do tempo
Recife, Natal de 2010
Imagem
Tambem postado na Fabrica de Letras
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