Fui andar sozinho na praia
Sozinho?
Eis que vejo minha força derramada
A areia fria
Lençóis de prata
Cavaleiros invisíveis
Sereias presumíveis
Todo meu mundo maravilhoso
Maravilhoso
Quem me vê verdadeiramente?
Em meio a tantos olhos cegos
Sou o que sou só por hoje
Não vejo mais minhas pegadas
E a lua se enche de luz e se envaidece
Só para ser por mim apreciada
E porque não dizer amada
E porque não falar de amor
Vejo os castelos que teimas em destruir
Divago no plano sutil das construções
Onde tudo se realizará
Onde tudo se faz presente
Mesmo onde o tempo não importa mais
Pois tudo que existe ou já existiu
Sempre estará nos registros do universo
Mesmo que unicamente no meu
Pois o universo dentro de nós
É o único verdadeiro
Recife, 8 de maio de 2012
Foto: Lua em Rajendaprasad Ghat em Varanasi-India