Imerso em alvas nuvens atemporais
Esta o campo dos bem aventurados
Uma pausa para meditar e planejar
Flautas ecoam no vento etéreo
Lembranças condensam-se em gotas
Esferas que refletem nosso mundo
Lar de nossa prisão e liberdade
Um evento solene de tempos em tempos
Passagens só abertas momentaneamente
Paisagens só perceptíveis para poucos
Bem vindos ao lugar dos que já se foram
Bem vindo ao templo dos que retornaram
Bem aventurados são todos os seres
Guardiões destas lembranças
Clarões irrompem ao longe em fagulhas
Outra carruagem incandescente apresenta-se
Através da anti-materia mundos eram criados
E não estamos mais no mesmo lugar
Os raios gamas e suas novas cores
Todo o receio do portão de fogo
O único fim possível para a alma
Em verdade quem vê é a mente
E como ver o inconcebível?
Um fóton não percebe o raio de luz
Mesmo o raio no qual ele pertence
Somos uma pincelada no imenso quadro
Que nem mesmo podemos ver
Ironicamente o definimos como caos
O artista maior não é impessoal
Sua pessoa transcende para sempre
Nossos traços tão grosseiros
Lembro dos escritos nas paredes
Ainda vejo o distante mosteiro no Laos
Toda fuligem dessa dimensão que cega
Toda a inevitável dor que nos cerca
Recife, 26 de junho de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário