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Chittorgarh-India

quinta-feira, 19 de maio de 2011

317>ANASTACIA E O PECADO DOS PAIS


Sentia em algumas noites
Às vezes no olhar de um estranho
Lembro da chama das velas
Pequenos postes luminosos nas estradas

O esporádico se tornou freqüente
O que nunca se foi novamente retorna
A tela celeste sintoniza
Uma madrugada de pressões oscilantes
O fogo se faz presente
Nas mesmas palavras
Nas mesmas palavras

Vejo os passos do inevitável
Conselhos sempre presentes
Refletem a ausência de retidão
As belezas do mundo
A morte deste mesmo mundo
Brincando nas esquinas azuis
Coisa para se lembrar
Promessas
Pássaros voando ao longe
Anastácia esperava na chuva
Criaturas da noite sem nada a dizer
Sem esperança

Eu vim na terra por você
Minha criança
Abençoar suas lagrimas
Amparar tua involuntária queda

Vejo tantas outras perdidas
Mistificadas pelo poder da juventude
A carne ainda fresca
Comprando sonhos alheios
Vendendo alimento aos instintos
O terrível preço do abandono
No covil de lobos famintos

Estarei à espera daqueles a quem te confiei
Estáticos no canto dos cantos
A única luz refletida no umbral
Um punhal cravado no inferno
Afinal lei é lei
E vida é vida


Recife, 18 de Maio de 2011
Também postado na Fabrica de Letras