ECOS

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Chittorgarh-India

domingo, 4 de julho de 2010

210> ENSAIOS DA ALMA

Angustia que desequilibra as almas
Escondida onde não se poder ver
Eis porque muitos fogem de si
Palavras não podiam esclarecer
Planos desfeitos nas redes da vida
Afogados no mar de uma existência
Incompreendida

Unidades complexas e tão simples
Partes de universo que se chocam
Em fim o que nos cegou por séculos?
A vida assume uma face terrível
Pois a luz tem seu espectro visível
Os julgamentos tem o espectro humano
Sempre limitado

Frutos das divisões criadas para explicar
Assim toda ordem parece estar desabando
E só o caos salta-nos a percepção
Quando a dualidade é a única lógica
Criando um mar de seres desfigurados
Despencando no profundo abismo da dor
Prontos para serem novamente exilados

Após anos de avisos os sábios se calam
Dias, anos, séculos, agora tanto faz
Pois nosso tempo é ainda unidirecional
Alguns médicos e tantas feridas
Nesta guerra com poucas batalhas vencidas
Separados dos demais por milênios
Estamos nós as perplexas testemunhas


Recife,4 de julho de 2010

209> PEDAÇOS DE PASSADO

Uma reunião a portas fechadas
Eu e todas as minhas partes
Um único som e uma única luz
Ídolos do passado
Ícones do presente
Todos juntos a meia noite

Procurando por sinais no chão
Fotos velhas e cartas antigas
As maravilhosas historias do meu avô
O livro proibido no quarto fechado
E tudo sobrevive na memória
Deixo tudo como esta

Cantando para a chuva
Tantos anos se passaram
Todos cresceram no seu tempo
E alguns já se foram
Não vejo mais os cães pastores
Mas escuto a cadeira de balanço
Que embalou minha infância


Recife,4 de julho de 2010