sexta-feira, 25 de março de 2011
301> DEGREDADOS FILHOS DE EVA
Maré que sobe sobre nossas construções
Ninguém em terra firme
Perdido do olhar atento do artista
Dilúvios previstos pelos antepassados
O mais obscuro e divino quadro
Assim estava escrito em Koricancha
Tive medo dos olhos de Pizarro
Vasculhei as gavetas mais profundas
Procurando afastar as trevas
Em busca de uma candura perdida
Sonhei com o principio de nossa jornada
Trombetas no céu escarlate
Toda a fúria da misteriosa criação
Sob os semblantes severos das legiões
O solo ruindo como nossa realidade
Conspirações de distantes constelações
Gargalhadas sentidas nas entranhas
Herdeiros dos tronos celestes
Agora vagam entre a terra e o abismo
Alegram-se em respirar
Entristecem todo ciclo evolutivo
O vazio absoluto para ser preenchido
Lembra-se dos Gregos e de Pandora?
Afogados acorrentados ao ego
Precisamos
Do sol
Da distancia perfeita do sol
De energia densa em forma fluídica
De um referencial chamado tempo
E tudo nos foi dado
Antes marcharemos uns contra os outros
Daremos forma ao que nunca teve forma
Desesperados nomearemos o inominado
E mataremos por esses nomes
Cobriremos a luz com um véu escuro
Chamaremos a atenção do céu
Ate que mediante a aparente entropia
Não tenhamos mais escolha
Avançar, prosseguir é o que nos resta
No passado bilhões de estatuas de sal
No presente o inicio
No futuro um novo inicio
Para os degredados filhos de Eva
Recife,25 de Março de 2011
Sobre nós mesmos e nossa épica historia..
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