segunda-feira, 7 de junho de 2010
187> ALMAS DA NOITE
Do antigo banco na encruzilhada dos caminhos
O velho semi-translucido senhor observava
Toda a celeridade de todas as almas da noite
Vividas como a muito não se tinha noticia
Sentia-se o odor da batalha vindoura
Falava-se no mais unificado código astral
A linguagem dos agentes e almas da noite
Alguns faziam sombras outros chamas
Vejam as múltiplas legiões em colunas
Longe o portal da lua do Nilo esperava
Alguns hieróglifos foram as vozes
Únicos registros do evento magistral
Um templo perdido nas areias do tempo
Onde outrora reis abrigavam-se no vale
Uma egregora ainda tão presente
A lembrança de um ancestral
O calor e ardor do momento
E o imutável passar do tempo
Recife(astral),29 de janeiro de 2010
Foto da web
186> A DANÇA DOS DESEJOS REAIS *
Os reis das mais longínquas nuvens
Seus desejos flutuavam noite a fora
Contavam historias perdidas na vastidão
Perto dali como uma aparição
Um manto negro aveludado
A bainha da espada e o elmo de bronze
Olhos de puro rubi saltavam a nevoa
O ar saturado de saudade
O espírito cheio de vontade
Observava o cavaleiro no vale abaixo
Cavalgando a noite e o coração
A rosa branca indicava o caminho
A rosa branca refletia o luar
O aroma de carvalho e o sabor do sal
Suor e relva unidos ate o céu tombar
Algo estava em suas mãos
Alheio aos poderes que o espreitavam
É claro que ele não olhava para trás
É claro que era quase meia noite
A escuridão camuflava as sombras
Nos encontraremos na próxima encruzilhada
Elas diziam ao mesmo vento norte
Um imenso corcel negro surge
Rasgando em ondas sonoras o ar
Rasgando o plasma das nuvens
Uma espada flamejante no alto da colina
Cortava o espaço entre os dois mundos
Uma a uma as sombras submergiram
Seladas com o lótus real
O cavaleiro na estrada cego em determinação
Ignorava o mundo dentro do mundo
Tudo transcorreu conforme a realeza
O reinado oculto governa
E sempre governará..
Recife(astral),3 de fevereiro de 2010
Também postado na Fabrica de Letras
Seus desejos flutuavam noite a fora
Contavam historias perdidas na vastidão
Perto dali como uma aparição
Um manto negro aveludado
A bainha da espada e o elmo de bronze
Olhos de puro rubi saltavam a nevoa
O ar saturado de saudade
O espírito cheio de vontade
Observava o cavaleiro no vale abaixo
Cavalgando a noite e o coração
A rosa branca indicava o caminho
A rosa branca refletia o luar
O aroma de carvalho e o sabor do sal
Suor e relva unidos ate o céu tombar
Algo estava em suas mãos
Alheio aos poderes que o espreitavam
É claro que ele não olhava para trás
É claro que era quase meia noite
A escuridão camuflava as sombras
Nos encontraremos na próxima encruzilhada
Elas diziam ao mesmo vento norte
Um imenso corcel negro surge
Rasgando em ondas sonoras o ar
Rasgando o plasma das nuvens
Uma espada flamejante no alto da colina
Cortava o espaço entre os dois mundos
Uma a uma as sombras submergiram
Seladas com o lótus real
O cavaleiro na estrada cego em determinação
Ignorava o mundo dentro do mundo
Tudo transcorreu conforme a realeza
O reinado oculto governa
E sempre governará..
Recife(astral),3 de fevereiro de 2010
Também postado na Fabrica de Letras
185> LAGRIMAS PARA MABUS
A cada vez que procuro por um sonho distante
Vejo lentamente um rio atravessar meu caminho
Sorrisos e faces desfazem-se em longas ondas
Pálido no céu espero por todas as promessas
E cada momento belo nesse berço de morte
Onde jazem as crianças dos nossos corações
Faço uma prece à grande força do céu
Por outra vinda entre estes dois mundos
Pai
Desde que voltei do Hades
Desde os antigos votos
No tempo de Mabus
Pai
Mil e poucas lagrimas dos anjos e estrelas
Lavaram as feridas de uma antiga alma
O capuz negro e braços líquidos
Pai
vi os que despencaram do alto
Mundos bem diante de nos
Os adormecidos do antigo orbe
Pai
Morreria tantas vezes ate saber
O abraço que me levou
A benção que me salvou
Em todos os lugares serei dos primeiros
Pois os degradados serão os segundos
Então no ato final dessa peça espiralada
Olhares dirão o que as palavras escondem
Palavras serão ditas em símbolos
E não serão ditas em vão...
Recife,8 de março de 2010
Vejo lentamente um rio atravessar meu caminho
Sorrisos e faces desfazem-se em longas ondas
Pálido no céu espero por todas as promessas
E cada momento belo nesse berço de morte
Onde jazem as crianças dos nossos corações
Faço uma prece à grande força do céu
Por outra vinda entre estes dois mundos
Pai
Desde que voltei do Hades
Desde os antigos votos
No tempo de Mabus
Pai
Mil e poucas lagrimas dos anjos e estrelas
Lavaram as feridas de uma antiga alma
O capuz negro e braços líquidos
Pai
vi os que despencaram do alto
Mundos bem diante de nos
Os adormecidos do antigo orbe
Pai
Morreria tantas vezes ate saber
O abraço que me levou
A benção que me salvou
Em todos os lugares serei dos primeiros
Pois os degradados serão os segundos
Então no ato final dessa peça espiralada
Olhares dirão o que as palavras escondem
Palavras serão ditas em símbolos
E não serão ditas em vão...
Recife,8 de março de 2010
184> O REINO
Letras em chamas do velho idioma hebreu
Apagarem-se em um novelo de serpentes
Toquei o livro das incontáveis paginas
Como por encanto pude ler o selo do filho
Falava da divina matemática de seu reino
Pequenos intervalos separam 1641 do 1358
As lagrimas jorravam como uma fonte
As águas que formaram um rio
Um rio que corre para o coração
Um coração que pulsa para o sol
Um sol que aquece os desertos
Desertos que nos mostram
A beleza dos teus Oasis
Recife(astral),27 de fevereiro de 2010
Apagarem-se em um novelo de serpentes
Toquei o livro das incontáveis paginas
Como por encanto pude ler o selo do filho
Falava da divina matemática de seu reino
Pequenos intervalos separam 1641 do 1358
As lagrimas jorravam como uma fonte
As águas que formaram um rio
Um rio que corre para o coração
Um coração que pulsa para o sol
Um sol que aquece os desertos
Desertos que nos mostram
A beleza dos teus Oasis
Recife(astral),27 de fevereiro de 2010
183> APARIÇÃO
Lilith, a noite e seu brilho
No alto a lua e seu diadema estrelado
Um laço que gira e envolve
Lendo a conjuração dos quatro
Ainda que se comunique comigo
Quem sois?
Santa Catarina e o fruto maduro!
E ela tão sozinha disse-me:
“Escolha aquela velha casa
Com pétalas no jardim
E com fontes cristalinas”
Recife(astral),21 de fevereiro de 2010
No alto a lua e seu diadema estrelado
Um laço que gira e envolve
Lendo a conjuração dos quatro
Ainda que se comunique comigo
Quem sois?
Santa Catarina e o fruto maduro!
E ela tão sozinha disse-me:
“Escolha aquela velha casa
Com pétalas no jardim
E com fontes cristalinas”
Recife(astral),21 de fevereiro de 2010
182> MARCO POLO
Quis unir todas as estrelas em uma só
Um céu de um único brilho polar
Mares revoltos e mares de Mármara
Reflexos do meu ímpeto e do meu destino
Na sonoridade dos tambores e citaras
Entre o Cáucaso e Takla Makan uma linha
Cavalgo a noite estrelada e imantada
Ligo o destino conhecido ao desconhecido
Tudo começa com um irresistível chamado
O vento sopra minha alma nesta jornada
Todos que deixei na terra dos césares
Todos os sonhos com distantes lugares
Agora são todos meus lares
Tomei da pena e contei historias incontadas
Eis que então eles lembrarão meu nome
Eis que jamais esquecerei seus nomes
Recife,16 de fevereiro de 2010
Um céu de um único brilho polar
Mares revoltos e mares de Mármara
Reflexos do meu ímpeto e do meu destino
Na sonoridade dos tambores e citaras
Entre o Cáucaso e Takla Makan uma linha
Cavalgo a noite estrelada e imantada
Ligo o destino conhecido ao desconhecido
Tudo começa com um irresistível chamado
O vento sopra minha alma nesta jornada
Todos que deixei na terra dos césares
Todos os sonhos com distantes lugares
Agora são todos meus lares
Tomei da pena e contei historias incontadas
Eis que então eles lembrarão meu nome
Eis que jamais esquecerei seus nomes
Recife,16 de fevereiro de 2010
181> ULTIMO CÁLICE
Quase nas asas de março
Lembro do amor e do inverno
Atordoado em dissabores
Pequenas e profundas lembranças
O sabor do primeiro beijo
E o esquecimento do ultimo
Saúdo uma nova primavera
Que promete vencer o inverno
Aqueço-me em antigas fotografias
Conheço bem aqueles dizeres
Ofereço ao mundo esse fruto
Nascido do abismo do meu ser
Ergo o cálice de minha juventude
Na superação de todo esse mal
Algo que não mais provarás
Recife,27 de janeiro de 2010
Lembro do amor e do inverno
Atordoado em dissabores
Pequenas e profundas lembranças
O sabor do primeiro beijo
E o esquecimento do ultimo
Saúdo uma nova primavera
Que promete vencer o inverno
Aqueço-me em antigas fotografias
Conheço bem aqueles dizeres
Ofereço ao mundo esse fruto
Nascido do abismo do meu ser
Ergo o cálice de minha juventude
Na superação de todo esse mal
Algo que não mais provarás
Recife,27 de janeiro de 2010
180> OS ULTIMOS DIAS *
Nos meus últimos dias de vida percebo
O pássaro atravessa a rua como sempre o fez
Em um majestoso vôo na pequena distância
Vejo seres que lamentam e evitam a travessia
Um sol que espectrava entra a luz e o calor
Formas que espectravam entre o medo e a dor
E sorri sozinho sobre tanto maniqueísmo
Os milhões de tons de cinza eram ignorados
Perdidos no poder visual do preto e do branco
E quem é totalmente mau?
E quem é totalmente bom?
Às vezes vejo paredes feitas de sonhos
E às vezes podia ate voar
Muitas vezes cai
Algumas vezes sorri
Mas todas às vezes estive sempre ali
E nenhuma vez perdi
A vontade de voar
O que restou e o que ficou afinal?
Quem serão aqueles no funeral?
E os reais motivos dessa aventura
Todos os choros e gargalhadas
Todos os sonhos e desilusões
Despertaram um gigante que dormia
Então o velho descama e muta
Assim saberei que nada é em vão
Que não foram lagrimas na chuva...
Recife 27 de janeiro de 2010
O pássaro atravessa a rua como sempre o fez
Em um majestoso vôo na pequena distância
Vejo seres que lamentam e evitam a travessia
Um sol que espectrava entra a luz e o calor
Formas que espectravam entre o medo e a dor
E sorri sozinho sobre tanto maniqueísmo
Os milhões de tons de cinza eram ignorados
Perdidos no poder visual do preto e do branco
E quem é totalmente mau?
E quem é totalmente bom?
Às vezes vejo paredes feitas de sonhos
E às vezes podia ate voar
Muitas vezes cai
Algumas vezes sorri
Mas todas às vezes estive sempre ali
E nenhuma vez perdi
A vontade de voar
O que restou e o que ficou afinal?
Quem serão aqueles no funeral?
E os reais motivos dessa aventura
Todos os choros e gargalhadas
Todos os sonhos e desilusões
Despertaram um gigante que dormia
Então o velho descama e muta
Assim saberei que nada é em vão
Que não foram lagrimas na chuva...
Recife 27 de janeiro de 2010
179> PRIVAÇÃO
E um impulso faz calar o iminente soluço
Não é certo alterar novamente o curso
Ao som de enormes lustres de cristais
Em queda livre dentro do meu ser
Nem sempre se tem tudo a se ter
Uma luz que se apaga restando a penumbra
Não mais aquela fria escuridão de outrora
Mas ainda se podia chorar sem lagrimas
Não mais pela dor eu era agora guiado
Apresento-vos o perdão meu novo norte
Clareia mais um destes dias nublado
No meu porão o passado esta selado
Após as confusas e incertas noites
A certeza que de algo fui privado
A convicção que submergi no tempo
Recife,17 de janeiro de 2010
Não é certo alterar novamente o curso
Ao som de enormes lustres de cristais
Em queda livre dentro do meu ser
Nem sempre se tem tudo a se ter
Uma luz que se apaga restando a penumbra
Não mais aquela fria escuridão de outrora
Mas ainda se podia chorar sem lagrimas
Não mais pela dor eu era agora guiado
Apresento-vos o perdão meu novo norte
Clareia mais um destes dias nublado
No meu porão o passado esta selado
Após as confusas e incertas noites
A certeza que de algo fui privado
A convicção que submergi no tempo
Recife,17 de janeiro de 2010
178> INFINITO CAMINHO DA ALMA
O vento soprava macio e continuo quase sussurrando
Murmúrios e lamentos que já não importam mais
Seu frio não mais congela meu coração
Sua força não mais assola meu espírito
A memória daqueles deturpados anos enferruja
Oxidando tudo que agora vive no passado
Imantando tudo que agora chamo de presente
E cada vez mais coeso ante ao iminente futuro
Vozes, faces, imagens, sonhos agonizavam
Num ultimo esforço de manter seus feudos
Como os últimos suspiros de alguém que jaz
Eram desligados um a um das ativas sinapses
O peito vazio como uma taça agora límpida
Refletido os momentos impregnados no livro
Um dia isso tudo fez tanto sentido, e por anos!
Como se o tempo de fato importasse
Como se eu soubesse o que é o hoje...
Do alto dos alicerces que eu mesmo construí
Vislumbro o próximo vale a próxima jornada
Alem dos escombros descartados do meu ser
Difícil entender o que não se precisa entender
Certas leis são mesmo imutáveis e isso basta
O universo apontava os rumos nas estrelas
Aquela maravilhosa dança dinâmica dos astros
Sempre aguardando um novo dançarino
Dar os primeiros passos rumo ao infinito
Recife,13 de janeiro de 2010
Também postado na Fabrica de Letras
177> FÁBULAS DA TERRA E DO AR *
Morgana
Apressadamente veio do leste
No ultimo rodopio do vento
Em seu tapete escarlate
A areia despejada em jatos na face
Não impediria a visão de seu sorriso
Eram flautas ou outra miragem sonora
Gerou frio epigástrico no tórrido calor
Agora coberto pelo manto da noite
Preto e prata
O Senhor das areias
A força do seu elemento aqui presente
A inconfundível caravana nas dunas
Mesclando os vários tons dourados
Às vezes ele olhava para o alto
Instintivamente sabia que era observado
A pele em brasa os olhos em fogo
Movendo-se sempre e a todo o momento
Dentro do visível reino do dia
Vermelho e amarelo
O ar e a terra em complô magistral
Fugiram do fogo que traiu a água
Pois no deserto estariam sempre unidos
Sem se tocarem e pouco se vendo
Mas sentindo-se plenamente
Completando-se no éter
Recife,10 de janeiro de 2010
Apressadamente veio do leste
No ultimo rodopio do vento
Em seu tapete escarlate
A areia despejada em jatos na face
Não impediria a visão de seu sorriso
Eram flautas ou outra miragem sonora
Gerou frio epigástrico no tórrido calor
Agora coberto pelo manto da noite
Preto e prata
O Senhor das areias
A força do seu elemento aqui presente
A inconfundível caravana nas dunas
Mesclando os vários tons dourados
Às vezes ele olhava para o alto
Instintivamente sabia que era observado
A pele em brasa os olhos em fogo
Movendo-se sempre e a todo o momento
Dentro do visível reino do dia
Vermelho e amarelo
O ar e a terra em complô magistral
Fugiram do fogo que traiu a água
Pois no deserto estariam sempre unidos
Sem se tocarem e pouco se vendo
Mas sentindo-se plenamente
Completando-se no éter
Recife,10 de janeiro de 2010
176> ALÉM DO SÉTIMO CIRCULO
Eis o grande braço que me sustenta
Impedindo a iminente queda no abismo
Dentro e fora emanava por toda parte
Corria os campos ceifando o que devia
Com furor transformava em sangue
As lagrimas dos últimos lamentos
E dos vales estabilizava o instável
Mantendo fixo o que era então volátil
Assim o suor era mantido por mais suor
Voltava das montanhas tão ameno
Maternalmente retransformava sangue
Nas lagrimas do primeiro choro
Retirava, mantinha e dava vida
Iluminava, clareava e escurecia
A dinâmica, o equilíbrio e a estática
E salve o povo de cima
E salve o povo de baixo
E salvemos nós o povo do meio
Mil séculos depois do ano mais longo
E um milésimo antes do inicio de tudo
Fez das ondas o que chamamos tempo
Recife,7 de janeiro de 2010
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