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Chittorgarh-India

quinta-feira, 22 de julho de 2010

226> A MÁSCARA DOURADA

Alguém cantava algo ao lado das escadarias
La fora relâmpagos de lagrimas caídas
A ventania gritava alto seu tormento
Mas a canção era vigorosa e vibrante
Cristais espalhados e folhas por toda parte

Subi em direção ao sentido da vida
Sem ao menos saber o que era a vida
Vigorosa respiração de um búfalo no inverno
Vencendo o caos e a força da natureza
Assim foi dito pelo ancião Pé de Corvo

Perguntas que jamais devem ser feitas
Sob o perigo de se perder em respostas
Labirintos mortíferos de Minos sem Ariadne
A bela arquitetura das lapides de mármore
Avisos legítimos sobre a temporalidade

Códigos que contam a mesma historia
Religiosos que se dividem por nomes
Espelhos das divisões do ser humano
Olhos que só enxergam letras em papiro
E tolos que os veneram porisso

O sol iluminava indiscriminadamente
O ar preenchia completamente os espaços vazios
Mas a humanidade sufocava nas trevas
A privação induzida talvez já na origem
A existência era infinita porem em capítulos

Como é lindo o guizo das cascavéis
Ultima fronteira entre dois comportamentos
Como é perfeito o semblante das crianças
Ultima lembrança da unidade primordial
Antes da máscara dourada dos ancestrais


Recife,22 de julho de 2010