Sentimentos exilados que moram em mim
Memorias de campos distantes
Outrora esperando o retorno
Minha luz ilumina o oceano negro
A estrela da manhã ainda não chegou
Tudo se faz trevas
Sem formas
Sem cores
A distante fumaça sinaliza a partida
O agora é um lapso da razão
Mas flores existem no meu inverno
Meus doces jasmins
Abrem-se só para mim
Amo-as
É só o que sei fazer
Abrigos seguros e isolados
Animais que hibernarão
A vida desacelera
Quase para
Botões se fecham
Folhas que caem
E a morte então
Sim, existe a morte
Tudo escrito no inverno
E eu que prefiro a chuva?
No sopro gélido do vento
Os poros em alerta
O corpo tremulo
Coração acelerado
A alma em brasa
E tudo queimando ao meu redor
Recife, 24 de maio de 2012