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Chittorgarh-India

quinta-feira, 3 de março de 2011

295> SERGUTH E OS SETE CAMINHOS


Lembranças das pessoas que tiveram que partir
Ou que ficaram quando eu partir
Vejo suas faces nas lapides que nunca tocarei
Antes de navegar aqueles mares novamente
Ruinas de um labirinto superado
Sem as desculpas pertinentes aos fracos
Mas desculpas são desculpas
Perdem-se na zona invisível da íris

Quando as estrelas brilharam não estávamos aqui
Senti tanta falta da luz que quase parti
Senti as trevas do abandono
Pura ilusão, distorcida ilusão.

Onde estão os militantes das causas efêmeras
As lagrimas escorrem em valas e drenos profundos
Vazios percebidos na alma repleta de fuligem
Nós sabemos e sobretudo eles
Alguém vem de longe para colorir
Novas pinturas em antigas molduras
Presente dos que sempre estiveram aqui
Sete caminhos entre o céu e a terra
O mesmo canto reformado do hospital
Ponto de forças que me acolhe
Agora com a nova mobilha sideral
Olhos verdes fosforescentes voltam a brilhar

Nas crianças esquecidas do Maria Lucinda
A força e o amparo
Prisões destruídas e muros vigiados
Através da noite silenciosa e solitária
Trilhas invisíveis entre a dor e o sofrimento
Zeladas pelo padre do manto vermelho
Nos monitores os corações ainda batem
Mas as almas não são mais deste mundo


Recife, 3 de Março de 2010
Aos pequenos mas grandes zeladores dos corredores do Maria Lucinda.
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