terça-feira, 24 de maio de 2011
318> ANFITEATRO DAS VIDAS SECAS
Promessas são sempre escolhas
Antes do sol se por estarás só
Disse o vento para a folha velha
Planando nesses campos mágicos
Acima do solo que te sustentou
Neste breve momento
Vê-se tua sombra
Tua alma
E todos os luminosos verões
E no ocaso do teu sorriso
Serei a ultima testemunha
Do que és e do que foste
Pois sou irmão do tempo
Despertei em meio à ventania
Com a firmeza necessária a vida
Neguei o que tinha que ser negado
Aceitei o que tinha de ser aceito
Não sou o que fui e não serei o que sou
Pois tantos outros se perderam
Condenados no mais implacável tribunal
A consciência era o único jurado
O remorso a incontestável prova
Caminho para fora do anfiteatro
Disseram que saber é diferente de ver
Mas ainda percebo a primeira execução
Em atos e cenas deslocadas
Um palco vazio e silencioso
Sem o grande mestre da chuva
Delicado como as singelas flores
De uma primavera que não verei
Algum brilho dos vitrais
Cruza a bifurcação do caminho
Olho a guilhotina fixamente
Antes de partir para o norte
A memória que não sai do meu mundo
A ultima visão daquele ser
Um cantor solitário
Um poeta sem amigos
Assim como fui um dia
Recife,24 de Maio de 2011
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Também postado na Fabrica de letras
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Belo texto!parabéns e meus votos de muita luz!
ResponderExcluirOlá!!!
ResponderExcluirUm poeta tem um quê de solitário mesmo... tenho visto!!!
A violência da guilhotina ou similares não me cabe no coração...
Poema num tom acorde ao Tema...
Abraços fraternos de paz