ECOS

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Chittorgarh-India

quinta-feira, 18 de abril de 2013

398> ALEM DOS JARDINS DE MACHSOM




Nos confins do mundo conhecido
Meu jardim de flores invisíveis
Sentimentos em cores se fundem
No brilho ofuscante oferecido
Pelos pés descalços
No solo que as nutrem

Alguém segue só e sorrindo
Os anos passam só para alguns
E tudo é impregnado por saudade
E tudo fora apenas um dia na alma
A fauna das ilusões
A flora das belezas efêmeras
Pois o que mais me recordo é o aroma

O rio segue seu curso
Límpido, tranquilo e fiel
Mas sua voz é alegre
Em sua natureza original
E cada curva é uma aventura
E cada pedra é uma amiga
Além de Machsom teu nome é vida

Se sois sincero com a própria maldade
Podeis em fim vislumbrar a bondade
Se o desejar é inevitável
O sofrimento também o é
Mas se vivencias a clareza
Tua única vontade agora é mudança
Teu desejo se volta aos jardins
Onde uma luz a tudo envolve

Cada um é criado como deve ser
Tudo em tempo e ao seu tempo


Recife, 18 de Abril de 2013
 

quinta-feira, 11 de abril de 2013

397> HANSHAN E OS FALSOS PROFETAS



Corram devotos dos últimos tempos
Garimpeiros de ideias alheias
Seus olhos são como mortos-vivos
Arrebanhados por cães pastores

Exibam aquela bela frase que nunca entenderam
Vosso inconsciente usa o mundo como espelho
A perversa ironia que vós reservais a si mesmos
E no lugar mais improvável reside o sagrado
Em todos os lugares

A estrada é infinita e sem destino conhecido
O mapa são códices e fragmentos espalhados
E em cada por do sol há um afago na alma
Cada nascer uma nova esperança
Tudo se entrelaça além de nossas visões
Sinos não são mais sinos ao som do vento
Vocês não entendem essa linguagem?
Complexo é entender o simples
Difícil é perceber o obvio

E assim os homens chocam-se com homens
E toda reverencia vai para o mundo de Maya
Tempestuosa crise da adolescência do mundo
Falsos profetas vicejam com ervas daninhas
Mas o que são ante ao sorriso de um Hansham?
Poeira soprada ao vento
Para tão logo desaparecerem
Junto com esse velho mundo
Longe do saboroso néctar do saber
Cegos para a luz que nos une
E se só a matéria os apraz
E se não precisam da doce luz do mundo
Que retornem as carruagens do tempo de Rama
E os conduzam a suas apropriadas moradas
Os amargos e escuros mundos de Orion


Recife. 11 de Abril de 2013
Eis , um alerta ! 

396> LUCIDEZ



Nunca pensar e sempre medir
Contradições
Temos tantas
Mas o tempo é tão alheio
Mas o sol é tão brilhante
A vida radia todo esse calor
Medido e não pensado
Assim é
Mas nem sempre será

Saudades da Índia
Saudades do que tive saudades na Índia
Meu reflexo ficou em Pushkar
Minha alma acendeu
Meu coração queimou
Cinzas externas das dores parentais
Mas cores estavam dentro
Espaços prontos para serem preenchidos
Compaixão
Amor
Isso me basta

Recife, 11 de Abril de 2013