ECOS

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Chittorgarh-India

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

390> A ROSA DA MOÇA

 


Flutua na serenidade o meu legado
A lua imóvel observa sendo observada
Novos mundos
Novos sonhos
Tudo silencia na grande criação
Onde outrora era inquietação

Minha farda era graduada
Meu professor justo e perfeito
Instruções na outra madrugada
E a rosa da moça me protege

Por onde andarei essa noite?
A mente galopa anos-luz
Tão perto e tão longe
Tudo em um piscar de olhos
Essas coisas não respeitam o tempo
E sentenciam-nos a imortalidade

Recife, Lua cheia de Outubro(29,30) de 2012

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

389> SOBRE O FIM DE UM TEMPO



Telas pintadas para seus descendentes
Falsas historias de amor em livros
Prateleiras cheias de palavras vazias
Onde esta o chão onde eu andava?
Quem mais aceitará minhas perdas?
Eu conheci a mim mesmo
Todos estavam errados
E nos meus devaneios fui flagrado
A lua se invertia no céu escuro
Meu coração se afogava no peito
Noite que se derramou em um leito frio
A visita inusitada e as canções do passado
Rajadas de conflitos íntimos
Alguém disse que não era o fim do mundo
Mas era sim o fim do nosso mundo
As casas que moraríamos, desmoronando
Cidades que iriamos, destruídas
Pessoas que conheceríamos, padecendo
Gargalhadas silenciando
Beijos secando
Bussolas girando, girando
Prefacio de um livro em branco
Nada importa mais
Tudo é esquecimento


Recife, 4 de Outubro(3 de Maio) de 2012

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

388> OBERON E MIRANDA



O trote imponente de um cavalo alado
Cavaleiro em armadura azul prateada
E chega o dia que nasci nesse lugar
Cavalgando acima de nossas vergonhas
Aborrecido

Sem temer os bofors que cospem do ceu
Cercado e se sentindo tão livre
Amado e se sentindo tão triste
Morto e livre novamente
Vivo ate o sol cair
Ate o fim

Um reino e um império
Oberon e Miranda
Os anjos estão aqui
Os anjos não são daqui
Como nós nunca fomos


Recife, 3 de Outubro (5 de Julho) de 2012