Ergui as mãos aos céus sem
usar o corpo
Mudei tudo ao meu redor a
parti de dentro
Escrevi tudo que deixe de
sentir e acreditar
Mas ainda não disse o que
deveria ser dito
Todas as vezes que tento
esquecer
Os comportamentos que me
afetam
Nessa troca de controle
Nessas estrelas que
insistem em cair
Batalhando contra tudo que
ficou para trás
Cheias de si mesmas
Brilhos fugazes
Como a vida
Olhei no espelho para ver
o que você vê
E nada vi
Olhei-te nos olhos para
ver o que não vês
E te vi
Assim fui cultivando
reflexos
Jardins de pétalas ruídas
Cercas vivas separam os
vivos
Retângulos as separam dos
mortos
E o tempo finge ser curto
Na ilusão dos nossos mundos
Recife, 27 de Setembro de 2012
Recife, 27 de Setembro de 2012