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Chittorgarh-India

quinta-feira, 19 de abril de 2012

363> CANÇÃO DO FIM DA VIDA



Manto de sonhos vívidos não vividos
Na exata distancia de um querer
Moradores de uma única noite
Temendo a realidade da nova manhã

Em que mundo habita essas realidades?
Beijos imaginados e caricias não trocadas
O topo da terra tão perto
O desejo mais obvio tão distante

Quem podia prever todas as pegadas
A luz se curva sob a irresistível atração
Pois todas as vozes parecem uma só
E ninguém tem sempre a razão

Me foi permitido abrir o grande portão
Não fui escravizado pelo ferrolho metálico
Precipício de crâneos e a onda de dor
Desejo que logo a carne volte aos seus ossos
Roma e seus incontáveis prodígios
Roma e seu único suplicio

A privação do que mais amas
Todos os sentidos deslocados
Desamparo
Vazio
E tudo se engrandece
A sabedoria do verbo
As nuvens passam no céu
Os lobos caem sob suas presas
Mais leite para suas crias
Eis a canção do fim da vida


Recife, 19 de abril de 2012

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