ECOS

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Chittorgarh-India

domingo, 16 de junho de 2013

404> CONCERTO PARA PIANO No1 EM B-MENOR



Ruas desertas para um único olhar
Sombras que se movem sem corpo
O chão úmido e a chuva fina
Corais não audíveis aos comuns

Através da terra dos ventos ascendentes
Sons tão medievais quanto os instintos
A dama dançava sozinha em seus sonhos
Um ar de magia brotava das fontes
A vida era tão breve quanto intensa
As nuvens moviam-se rapidamente
A mãe de todas as tempestades se aproxima

Um velho pergaminho em um mosteiro
Sabedorias antigas e a velha relutância
Erros que se repetem em palavras já ditas
O céu acima e o solo abaixo sempre assim
Entre eles nossas batalhas e nossos amores
Nenhum astrolábio nenhum mapa
Os dias incansáveis drenam nossa vigor
Tudo tende a estabilidade da morte

Vim viver as vidas não vividas
Pensar todos os pensamentos
Cada respiração e cada pulso
A mais sublime improbabilidade
Almas não se cruzam em vão
Algumas cairão perante si mesmas
Alguns usarão o manto azul-prateado
E aos que florescerem nessas auroras
Nos encontraremos no grande salão
Um brinde a nossa grande aventura
Três salves a nossa vitória
Incontestável, Incontestável


Recife, 12 de Junho de 2013
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quarta-feira, 5 de junho de 2013

403> 1981



Eu tinha um brinquedo e aquele garoto quebrou
Minha mãe avisou
Aquela menina dos sonhos quis dançar comigo
E eu era tão tímido
Também foi verdade que tentei afogar o cão
E não me arrependi
Queria o disco daquele pianista que vi na televisão
E me lembrava de não sei o que
Eu desenhava aviões e tanques de guerras que não vivi
Eu queria voar
Mas eles bombardeavam

Sempre dormia à tarde
E a noite conversava com não sei quem
Mas eu era o rei daquela terra
Acima das gárgulas sombrias
E abaixo do castelo que me sufocava
Através do meu olhar os anciões se curvam
E isso era indiferente para mim
Enciclopédias e livros
Plantas esquemáticas e mapas
Eu quero mais

A santa da rua e a mulher de preto
Encantos que brilham na memoria
Lanternas para iluminar
Imãs para aproximar
Deixem minha mente por algum instante
Eu imploro

Através das auroras eu cresci
Através da neblina eu vi
Algo mais
Algo mais


Recife, 5 de Junho de 2013
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segunda-feira, 3 de junho de 2013

402> GÊNESIS, CAPÍTULO ÚNICO, VERSÍCULO INFINITO


Espaços insondáveis pensamento a fora
Lampejos de tudo que é primordial
Em nossa condição chamaria de passado
Os mestres não ousariam definir

Tudo partiu de um desejo
O ninho foi uma contração
Então as luzes se apagaram
Só por um instante
Tao infinito

Em fim o parto e o primeiro sopro
E tudo começou a crescer
Ávidos por luz e por espaço
Ávidos por existir
Assim surgem as primeiras divisões
E as forças divergentes

Multiplicava-se a criação
Enquanto a luz se atenuava
O éter se travestia de matéria
A base da pirâmide é sempre mais pesada
Mas o ápice sempre aponta para o céu

Melancolia e saudade escondem-se na alma
Seres mascarados multiplicam-se em nós
Somos a lua de um planeta de medo
Ainda sim preferidos

Agora a noite dura mais que o dia
Com sua escuridão quase tangível
A luz apesar de bela é uma lembrança
Pálida como nossa razão e sentido
E os anjos agora são astros no firmamento

Fragmentados, divididos, adormecidos
Ensandecidos pela ilusão da temporalidade
Sob o peso atômico e na neblina da ignorância
Um segredo reside onde nada tem acesso
No lugar mais profundo de nossa essência
Ainda primordial, puro e intocável
A coroa na cabeça dos profetas
A fonte de toda inveja dos outros seres
Vibrando a partícula fantasma e entrelaçada
Velocidade infinita tende ao instantâneo
É assim que ele a tudo vê e sabe
E assim retornaremos ao pensamento inicial
Olhando para dentro para entender o de fora
Onde todos os lugares são um só
E onde tudo não tem nome
Nem nunca terá


Recife, 3 de Junho de 2013
Relatividade, mec. quantica, teoria das cordas, teoria-M ... Mas na genesis ainda prefiro a Kabalah e os Vedas .
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