ECOS

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Chittorgarh-India

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

354> EXPURGO


Dando voltas nas candeias do passado
Um Incansável buscando tuas sementes
Anjo ou demônio da própria existência
Ruas ainda não perigosas
Ruas ainda desertas

Esta noite os astros não estavam no lugar
Esta noite de súbito Peter Pan cresceu
Tudo Deus destruiu ou tornou-se cinza
Menos o teu vermelho aberto
Menos o teu destino incerto

Agora meus pés não tocam a terra
Trajando a ultima veste da revelação
Meus olhos não veem os expatriados
Nus em suas próprias vãs emoções
E caindo para cima assim se vão


Recife,29 de Dezembro de 2011

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

353> LUZ DA QUARTA ESQUINA


Remando o sutil vapor etéreo da manhã
De joelhos rezando para todos os santos
Uma gota de orvalho escorrega e despenca
Ao tocar o chão vibram os quatro cantos
Severo legionário a tudo observa
Sereno solitário a nada teme

Tudo passa, mas nem tudo por aqui
Descrentes secos de dentro para fora
Acreditam que acreditam
Mas a fé só chega ate a boca
Como cegos guiando cegos
Precipitam-se nos seus vazios

Vi uma vela em uma esquina
Onde todos se riam
Mas aquela era a única luz da rua
Mas aquela era a única rua nua
Pura e além de sua pureza
Só carne crua

No auge dos meus agudos delírios
Bandeiras ao sabor do vento
Cobertas com a poeira do nosso tempo
Relíquias preservadas
No úmido deserto do saber
Revolução que se enche de desígnios

Chega da forma que nada forma
Quem tem sete espadas sabe usa-las
Chamado que não pode ser ignorado
Como um raio as portas se abrem
Passos que não podem ser ouvidos
Pois o destino é um corte de lâmina fria

Recife,21 de Dezembro de 2011
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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

352> A SERENA QUEDA DE GANGA


As estrelas de uma veste lunar
Purgando os lados grosseiros
Preparando a inevitável partida
Enchendo-se de doces mentiras
A tempestade chega pela manhã

De quem é aquela sombra constante?
Quem construiu um lar para você?
As paginas do livro da vida avançam
Os ramos da arvore do saber florescem
E assim o invisível se torna tão evidente

Uma chave oculta na pirâmide simbólica
Relicário desnudo em um sonho real
Laços não medidos no sangue das veias
Ganga desce nos cabelos do domador de feras
Pois o caminho para felicidade é a moderação


Recife,15 de Dezembro de 2011