ECOS

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Chittorgarh-India

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

336> DE VOLTA AS ESTRELAS


Vapores de mares tão distantes
Sobre as brumosas passarelas
Alinhamento de todos os astros
Luz em um estado inimaginável
Concentrado e condensado ele veio

Alguém disse que os deuses eram astronautas
O que dizer dos que te guardam a toda hora?
Assim quero voltar para minha estrela
Longe do limitados olhos carnais
Perto das lembranças infantis

Sou aquele que sente a partida na chegada
Quando o vento enferruja a carruagem
Quando a lei paralisa todos os excessos
Pois em vida tudo parece um sonho irreal
E na morte todo o sonho se torna real

Como será o pensamento de uma galáxia?
Gozemos o delicioso prazer da individualidade
Enquanto nosso conceito de amor for polar
Pois nas encruzilhadas do infinito não há retorno
Onde todos os universos possíveis se encontram


Recife, 25 de Agosto de 2011

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

335> A GRANDE MESA INICIÁTICA



A pomba alva sorvida das praias astrais
Maadakiten recolhido em um descuido
Suas asas negras inúteis naquele castelo
Toda não observância tem seu preço
Uma mielopatia proliferativa do seu clã
Na verdade bem especifica...

O pai Buriê e as minhas espadas

Dustain, Pedro e Pyros.
A escolha greco-romana do cordeiro
Um outro escolheu o primeiro
Um outro escolheu o terceiro
Trilharam a esquerda
Pensando ser a direita

Agora a luta contra os robôs e dispositivos
Tempestades de areia assolam tudo abaixo
Plasmem nosso transporte ate a vila
De quarto em quarto no andar superior
Um cubículo e uma vela
Mas tudo é relativo

Voava sem as asas entre as ilhotas
Distante da embarcação nas minhas costas
A voz muda disse “a gralha negra”
Tentei e tentei toca-la
Esfumaçou-se em um negro lençol
Histórias da grande mesa iniciatica


Recife,24 de Agosto de 2011

domingo, 14 de agosto de 2011

334> PURGATORIO


Soube que meu filho me observava
Da terra dos que não vieram ainda
Ardendo de vontade de existir
Vivendo na dimensão das intenções

A paciência se valorizando ainda mais
No perigoso limite impreciso da inércia
Assombrada pelo fantasma da solidão
Coexistindo com seus reflexos incompletos

Me abrace novamente antes de partir
Outra noite dessas as estrelas apagaram
Deixando o príncipe ainda mais distante
E tudo que estava acima se entristeceu
Ate o sol tão cheio de Shiva escureceu

Amarrado na arvore que me fez crescer
Deixado para sentir as dores de Prometeu
Cicatrizando a seiva viscosa da ambição
E nos mesmos passos antigos
O mesmo vazio de nós todos

Recife,14 de Agosto de 2011
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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

333> SOMBRAS DE AGOSTO


Bastou alguma breve reflexão
Amargura que segue as estações
E tudo vai envelhecendo
E nós vamos envelhecendo

Agosto chega cheio de sombras
Caio e não chego ao chão
Assustei-me quando vi o que criei
Pensamentos e idéias fixas
Um carrossel de formulas falidas

Segunda-feira é dia das almas
Velas para os que se foram
Um dia nos iremos também
Rever aquelas faces da noite
Onde esta você agora?
De-me sua mão,
Vamos

Com uma pedra derrubei o castelo
Para fazer feliz teu inverno
Para congelar teu verão
Meu espírito não dorme mais
Vendo meu corpo adormecido
Como um anjo caído eu digo:
O filho preferido aqui e agora
Pois o ontem foi cheio de desejos
E o passado mora La fora

Recife,11 de Agosto de 2011
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Também postado na Fabrica de Letras